Surgimento e dispersão do Budismo no mundo, por Alexandre Diniz

O presente artigo tem como foco estudar a difusão do budismo pelo mundo, identificando sua abrangência e a distribuição heterogênea dos seus seguidores. Apresenta, com ênfase nos aspectos culturais, a evolução histórica norteada pela gênese, princípios, processos desta difusão – muitas das vezes por esforços individuais isolados – e cismas analisados sob o olhar da geografia da religião aspirando à construção de uma análise geográfica do budismo. Além disso, o artigo em tela no que tange o processo difusor revela que, pelo caráter pacífico de coexistência característico de sua doutrina, incorporou práticas oriundas de outras religiões – causa principal da existência de diversas seitas e subgrupos no seio budista.

O Budismo é uma família de religiões e filosofias, sendo difícil afirmar quais de suas partes integrantes é original ou sofreu menos interferências. O Budismo representa, ainda, uma tradição metafísica da qual emana uma sabedoria aplicável a vários instantes da existência. A figura histórica de Siddhattha Gautama, também conhecido como o Buda, não deixou registros escritos de suas ideias, sendo seus ensinamentos formalmente codificados pelo menos quatro séculos após a sua morte. Tais ensinamentos revestem-se de caráter psicológico, filosófico e moral, sendo o Buda, costumeiramente, retratado como um mestre, um pensador, um sábio, um verdadeiro cientista (Silva e Homenko, 1978).

O Budismo apresenta uma série de peculiaridades em relação a outras religiões. Ao contrário do Hinduísmo e do Judaísmo, por exemplo, o Budismo tem origem num fundador, Siddhattha Gautama, o Buda. Por outro lado, ao contrário do Cristianismo e do Islã, esse fundador não representou uma encarnação divina ou um mensageiro divino, mas, ao contrário, foi um ser humano que expôs uma disciplina mental, desenvolvida e posta em prática com êxito por ele próprio. Outro aspecto importante em relação ao Budismo é o fato de ser uma religião não teísta, uma vez que rechaça a existência de um Deus ou Criador supremo, em que pese reconhecer a existência de seres não-humanos, como espíritos e divindades, tendo esses apenas posição periférica em relação à doutrina (Wijayaratna, 2002).

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Fonte: Academia.edu

Por Alexandre M. A. Dinis, PhD em Geografia. Professor Adjunto III – Programa de Pós-Graduação em Geografia – PUC Minas.