No seu primeiro dia completo na Tailândia, o Papa Francisco encontra o Patriarca Supremo Budista e confirma o compromisso da Igreja de abrir e respeitar o diálogo ao serviço da paz.
O encontro teve lugar na quinta-feira de manhã no Templo Wat Ratchabophit Sathit Maha Simaram em Banguecoque.
Uma amizade duradoura
No seu discurso ao Papa, o Patriarca Supremo Budista Ariyavongsagatanana IX recordou a histórica visita do Papa São João Paulo II ao seu antecessor há 35 anos atrás, um encontro no qual ele esteve presente. O Patriarca passou a listar as visitas feitas pelos Reis da Tailândia aos Papas no Vaticano: a Leão XIII em 1897, Pio XI em 1934, e João XIII em 1960. Ele falou de uma “amizade profunda e duradoura”, de uma “união dentro de um verdadeiro espírito de compreensão mútua e parceria igualitária”.
Uma viagem de estima
No seu discurso ao Patriarca Supremo Budista, o Papa confirmou que o seu encontro estava a decorrer “como parte da jornada de estima e reconhecimento mútuo iniciada pelos nossos antecessores”. Recordando a visita do 17º Patriarca Supremo ao Papa Paulo VI no Vaticano há quase 50 anos, o Papa Francisco disse que queria “seguir os seus passos a fim de aumentar o respeito, mas também a amizade entre as nossas comunidades”.
Uma cultura de encontro
O Papa Francisco disse que estes passos “ajudam a testemunhar que a cultura do encontro é possível, não só dentro das nossas comunidades mas também no nosso mundo, tão propenso a criar e a espalhar conflitos e exclusão”. Ocasiões como esta “lembram-nos como é importante que as religiões se tornem cada vez mais faróis de esperança, como promotores e garantes de fraternidade”, acrescentou ele.
Católicos na Tailândia
O Papa Francisco expressou a sua gratidão pelo facto de, “desde a chegada do Cristianismo à Tailândia há cerca de quatro séculos e meio, os católicos gozam de liberdade na prática religiosa, apesar de serem uma minoria, e durante muitos anos viveram em harmonia com os seus irmãos e irmãs budistas”.
Bons vizinhos
O Papa reiterou o seu compromisso pessoal, e o de toda a Igreja, “de promover um diálogo aberto e respeitoso ao serviço da paz e do bem-estar” do povo da Tailândia. Ele disse que através de intercâmbios acadêmicos, “que levam a uma maior compreensão mútua, assim como ao exercício da contemplação, da misericórdia e do discernimento… podemos crescer e viver juntos como bons vizinhos”.
Trabalhando juntos
O Papa Francisco encorajou “o desenvolvimento de novos projectos caritativos”, por membros de ambas as religiões. Estes projectos deveriam ser capazes de “gerar e multiplicar iniciativas práticas no caminho da fraternidade, especialmente no que diz respeito aos pobres e à nossa tão abusada casa comum”, disse ele. “Desta forma, contribuiremos para a formação de uma cultura de compaixão, fraternidade e encontro”, concluiu, e “esta jornada continuará a dar frutos em abundância”.
Fonte: Vatican News