Asian woman praying at Buddha temple in Ayutthaya, Thailand - Young beautiful thailandese girl with linked hand in sign of respect to religious statue

A representação da mulher e da natureza no Budismo Medieval

Estudo de: Zélia M. Bora

Através dos séculos no confucionismo e no budismo a mulher não tem um lugar definido na sociedade japonesa. Essas autoridades e instituições culturais levaram a exclusão da mulher no poder familiar, no Estado e até mesmo na adoração pública.

O Sutra do Lótus, no entanto, contribuiu para que surgissem condições mais favoráveis a iluminação de mulheres. O presente artigo discute o papel da mulher na sociedade japonesa e no budismo antigo.

O papel histórico da mulher, nas religiões tradicionais, especialmente, no Budismo e no Cristianismo, é bastante controvertido. Nos dias atuais, a evolução desse processo influenciou, de forma contundente, na distribuição dos papéis sociais da mulher como alteridade. No que se refere à natureza, nas sociedades ocidentais, ela e as pessoas são vistas como sujeitos independentes. Explorados e considerados apenas pelo seu valor utilitário, os seres não humanos são mortos e servidos como alimento, depois de torturados, mutilados e desrespeitados como sujeitos No Budismo, a natureza, que é parte integrante de um todo, identifica-se com a essência divina e não se separa existencialmente do homem. O presente trabalho busca estabelecer uma relação entre a desvalorização da mulher e a da natureza, como um processo histórico que resultou na dominação de ambas.

Enquanto em religiões como o Hinduísmo e o Budismo, a natureza é tratada como sagrada, a mulher perdeu por completo a sua relação com ela e com o sagrado, tanto no Oriente quanto no Ocidente. Neste trabalho, faremos referências, especialmente, à experiência budista e à sociedade japonesa, entretanto, a abordagem sobre a mulher no Budismo japonês, serve também para a discussão da mesma questão em outras sociedades Budistas eHinduístas.

A natureza sempre foi um componente essencial na sobrevivência humana, que determinou o aparecimento, o clímax e o declínio das civilizações. Referências arqueológicas pré-históricas demonstram que o homem nómade dependia inteiramente dela para sobreviver. Quando a espécie humana se tornou menos nômade e mais gregária, os papéis da natureza começaram a ser definidos. E uma das imagens mais recorrentes para descrevê-la é correlacioná-la à imagem feminina

Assim, mulher e natureza foram consideradas como semelhantes, e quando comparadas, costumava-se chamar a atenção sobre os ciclos menstruais femininos e sua relação com os ciclos das marés e as fases da lua.

Dessa forma, a mulher e a natureza, em um momento específico da evolução humana, representaram meio e fim, através dos quais a espécie humana garantiria sua permanência na terra. A mulher era, então, vista como a provedora da vida, detentora de um corpo sagrado, no qual a semente da vida era gerada.

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